Concílio de Constantinopla (381 d.C.)
Entre 313 e 451 d.C., as controvérsias teológicas e heresias resultaram em
concílios que tentaram resolver as questões em disputa através da
formulação de Credos. Esses concílios conhecidos como universais ou
ecumênicos de líderes da Igreja foram convocados para resolver esses
conflitos teológicos. Neste período, estabeleceram-se os principais
dogmas da Igreja Cristã. Esses concílios eram geralmente convocados e
presididos pelo Imperador romano.
O Concílio de Constantinopla, foi
convocado pelo imperador romano Teodósio, o concílio reuniu-se na Igreja
de Santa Irene, de maio a junho de 381, sendo esse, o segundo concílio
universal da igreja, e o primeiro dos três que foram realizados em
Constantinopla.
Assunto: Condenação da Heresia de Macedônio que negava a igualdade do
Espirito Santo com o Pai e o Filho. Ele dizia; que o espirito era
criatura de Deus, pois que acreditava que o Filho criatura do Pai tinha o
Espírito Santo na conta de criatura do Filho; seria um dos espíritos
servidores (cf. Hb 1,14), diferente da função Angelical apenas por
gradação. S. Atanásio, ao combater o arianismo, defendeu também a
divindade e a consubstancialidade do Espírito Santo. Por isto, um sínodo
realizado em Alexandria em 362 reconheceu e confirmou a Divindade do
Espírito Santo. Isto, porém, não bastou para dissipar os erros: de
Macedônio, Bispo ariano de Constantinopla deposto em 360, era ferrenho
adversário da Divindade do Espírito e sua divindade, reunindo, em torno
de si um bom número de discípulos, que se chamavam macedonianos ou
pneumatômacos (pneuma = espírito; máchomai = combater). Vários outros
Sínodos rejeitaram a doutrina de Macedônio; o mesmo foi feito pelos
padres capadócios.
Mas o pronunciamento definitivo se deve ao Concílio
de Constantinopla I realizado em 381: 150 padres, orientais e
ocidentais, depois do afastamento de 36 macedonianos, condenaram o
macedonianismo e, para explicitar claramente à fé católica, retomaram o
artigo 32 do Símbolo de fé Niceno, que rezava apenas: “Cremos no
Espírito Santo”; foram-lhe acrescentadas as palavras: “Senhor e Fonte de
Vida, que procede do Pai, (mais tarde se definirá “e do filho”) adorado
e glorificado juntamente com o Pai e o Filho, e falou pelos Profetas”.
O Bispo Apolinário de Laodicéia (Síria), 310-390, afirmava que em Cristo
a natureza humana carecia de alma humana; tomava ao pé da letra as
palavras de S. João 1,14: “O Lógos se fez carne”, entendendo carne no
sentido estrito, com exclusão de alma. O Lógos de Deus faria às vezes de
alma humana em Jesus, isto é, seria responsável pelas funções vitais da
natureza humana assumida pelo Lógos.
Apolinário expôs suas idéias no livro “Encarnação do Verbo de Deus”, que
ele apresentou ao Imperador Joviano e que os seus discípulos
difundiram. Foram condenadas num sínodo de Alexandria em 362; depois,
pelo Papa S. Dâmaso em 377 e 382 e, especialmente, por este Concílio de
Constantinopla I (381).
S. Gregório de Nissa († 394) e outros autores da época lhe responderam
mediante belo princípio: “O que não foi assumido pelo Verbo, não foi
redimido” o que quer dizer: Deus quer santificar e salvar a natureza
humana pelo próprio mistério da Encarnação ou pela união da Divindade
com a humanidade (hipóstatica); se pois, a humanidade estava mutilada em
Jesus, ela não foi inteiramente salva.
Assim teve origem o Símbolo de fé Niceno-Constantinopolitano, que refuta
tanto a heresia Ariana quanto a Macedônia. Restava, porém, dirimir
ainda uma dúvida: se o Espírito procede do Pai, como se relaciona com o
Filho? A resposta foi vinda do Ocidente; todavia consistindo na
formulação da própria doutrina. A qual os gregos, desde o século IV
afirmam e ensinavam que o Espírito procede do Pai através do Filho, A
Posição da Igreja latina que ensinava que o Espírito procede do Pai e do
Filho (Filioque). Prevalece e foi na Espanha inserido ao Credo
Niceno-constantinopolitano em 589 para refutação e explicação de fé
contra os Heréticos que passará a ser oficialmente recitado, em todas as
regiões de língua latina por posição da Autoridade Papal de governo
também mais tarde contestada. Os gregos se recusam a aceitar tal
inserção, e mais tarde acusam a Igreja de Heresia e ensino, contrario a
Reta doutrina da Igreja pelo Patriarca Fócios, causando o cisma no ano
de 1054.
Destaque; para os Santos teológos S. Basílio, S. Gregorio de Nissa e S.
Gregorio Nazianzeno, Os chamados Padres Capadocios que escrareceram a
doutrina da Trindade a qual sistemátizaram durante a vida a
expricando-a, no Concílio de Constantinopla: S. Cirilo de Alexandria, S.
Ambrósio, S. Hilario e S. Agostinho.
Ele tem um grande e importante papel histórico na
Igreja, pois nele foram discutidos pontos significativos da fé cristã, e
pôs fim, definitivamente a controvérsia de Ário, presbítero de
Alexandria (256 – 336 d.C.), a sua doutrina ficou conhecida como,
arianismo, ele formulou e ensinava a doutrina de que o Logos (Cristo)
era um ser criado a partir do nada, subordinado ao Pai e de essência
diferente do Pai. Não era co-igual, co-eterno e da mesma substância com o
Pai. Para ele Cristo era divino mas não era Deus. Suas teorias foram
formuladas com base em especulações teológicas gregas, florescentes do
gnosticismo. Portanto era heresia.
O que essa heresia ensinava:
1. Deus é ímpar e não-gerado (agennetos). Fora de Deus, tudo o mais foi criado através da vontade de Deus.
2.
O logos (Cristo) é um intermediário entre Deus e o homem. Ele começou
antes do tempo, mas não seria eterno, ou seja, havia um tempo em que o
logos não existia, embora Deus já existisse,sendo assim, ele seria um
ser evoterno.
3. O logos foi criado por Deus, ele também nasceu (gennetos), o que aponta para uma filiação por adoção.
4. O logos encarnado (Jesus Cristo), é assim, inferior a Deus.
Relação do Espírito Santo com o Pai
A
relação do Espírito Santo com o Pai, foi outra questão doutrinária
discutida nesse concílio, Macedônio, bispo de Constantinopla de 341 a
360, ensinava que o Espírito Santo era “ministro e servo” no mesmo nível
dos anjos. Acreditava que o Espírito Santo era uma criatura subordinada
ao Pai e ao Filho. Essa era uma negação da verdadeira divindade do
Espírito Santo que seria tão maléfica à doutrina do Espírito Santo como
foram às idéias de Ário acerca de Cristo. O concílio ecumênico de
Constantinopla condenou as idéias de Macedônio.
Quando o credo de
Constantinopla, ou credo Niceno, foi recitado no terceiro concílio de
Toledo em 589, as palavras “e o Filho” (filioque) foram acrescentadas à
declaração “que procede do Pai”, ao qual, se refere ao relacionamento
entre o Espírito Santo e o Pai e o Filho. As igrejas ocidentais desde
então têm insistido na verdadeira divindade e na personalidade do
Espírito Santo como co-igual, co-eterno e da mesma substância com o Pai e
com o Filho.
Esse concílio também determinou que o
bispo de Constantinopla só perdia em honra e autoridade ao bispo de
Roma, isso significa que Constantinopla ultrapassara a Alexandria em
importância, um significativo acontecimento histórico.