Brígida nasceu em 1302 no
Castelo de Finsta em Norrtälje, na Província de Uppsala, na Suécia. Seu pai,
Birger
Persson, era Governador e Juiz Provincial de Uppland,
e sua mãe era a senhora Ingeborg Bengtsdotter, descendente da família real sueca,
pois pertencia a raça dos reis godos. O pai de sua mãe, seu avô materno, era primo
de Magnus Ladulás, Rei da Suécia, de modo que Brígida tinha parentesco com a família
real. Seus pais eram cristãos fervorosos e a piedade de sua mãe era conhecida e
louvada pelos parentes e amigos. Seu pai se confessava todas sextas-feiras na
Igreja para alcançar o perdão de seus pecados, e dizia humildemente assim:"Às sextas-feiras, eu quero me preparar muito
bem para DEUS, a fim de que nos outros dias eu possa estar pronto para suportar
e receber dignamente tudo que o SENHOR permitir para mim".
Brígida
Bengtsdotter até a idade dos 3 anos não dizia qualquer palavra, os pais e
parentes chegaram a imaginar que ela fosse muda. Todavia, sem qualquer
intervenção, completada a idade de 3 anos, ela começou a falar normalmente e com
pleno desembaraço. Com a idade de sete anos, teve uma visão de NOSSA SENHORA que
lhe sorriu e colocou a sua preciosa coroa na cabeça dela, e depois desapareceu.
Aos dez anos de idade, depois de ouvir um sermão na Igreja local, quando o Padre
falou sobre a Paixão e Morte de NOSSO SENHOR, ficou muito impressionada com as
crueldades e os terríveis sofrimentos de JESUS. Dias após teve uma Visão de
CRISTO pregado a Cruz, coberto de chagas, e o SENHOR lhe disse estas palavras:
“Olha em que estado ME encontro, minha filha”
. Ela perguntou: “JESUS quem
TE fez isto”? NOSSO SENHOR respondeu: “Aqueles que ME ofendem e não querem o MEU Amor”. Essa
Visão deixou uma profunda e indelével marca em seu coração, e desde então, decidiu
colocar a Paixão de CRISTO como o centro de sua
vida espiritual.
Ficou órfã de
mãe quando tinha apenas 10 anos de idade. A senhora Ingeborg foi colhida por
um mal que ocasionou o seu falecimento em 1315. Seu pai, se considerando incapaz
de prover uma educação compatível para uma menina de sua condição social, a
enviou à casa da cunhada Catarina Bengtsdotter, em Aspanäs, próximo ao lago
Sommen, em Östergötland.
Como era
costume naquela época, antes de completar os quatorze anos de idade, seu pai e
os parentes arranjaram o casamento dela com Ulf Ulväsa Gudmarsson, Príncipe de
Närke (Nércia), contra a sua vontade pessoal, porque ainda não tinha incluído o
matrimônio em seus planos. Mas realizada a cerimônia, viveu feliz com seu esposo
durante vinte e oito anos, e com quem teve oito filhos, sendo quatro homens e
quatro mulheres.
Após a morte de
seu esposo Ulf, repartiu os seus bens entre os herdeiros e os pobres, passando a
viver de maneira simples nas imediações do convento de Alvastra. Nessa época,
suas visões se tornaram mais numerosas e frequentes, constituindo-se na grande
parte dos fatos que Brígida escreveu em suas Revelações, até a sua partida para
Roma. E foi justamente durante as Visões que ela recebeu a missão de levar
mensagens aos políticos e líderes religiosos, tendo nesta oportunidade,
dialogado com santos e pessoas falecidas, que lhe esclareceram a natureza e o
conteúdo de muitas dificuldades.